autopublique-se, oficina de zines ONLINE
oportunidade mara pra colocar suas ideias e artes pra circular no mundo físico
se você me acompanha por aqui ou pelo instagram há pelo menos 1 semana, já sabe que uma das minhas grandes obsessões paixões são as zines.
esta é uma newsletter sobre a oficina de zines que estou oferecendo na Escola da Palavra. caso queira ir direto pra ONDE ME INSCREVO? é só clicar abaixo:
já de cara, definir o que são zines não é tarefa fácil. entre várias indefinições (inclusive se zine usa pronome masculino, feminino ou neutro), consigo resumir que são “publicações impressas autorais, de baixo custo e baixa tiragem, que valem-se de métodos autônomos de produção e reprodução”. mas também posso usar a definição do Tum Wuthipol Uj. (ตั้ม), zineiro tailandês que eu amo acompanhar:
“uma zine é qualquer coisa que você quiser que ela seja, e não precisa ter a forma de um livro”
o termo vem de fanzine, fan magazine, e foi criado lá na década de 1950 pelos obsessivos da literatura de fantasia e sci-fi, junto com as fantarts e fanfics. depois disso, os métodos de impressão foram evoluindo, as zines foram mudando de forma, de função, e isso tudo vai entrar na 1ª aula da minha oficina :)
certo é que zines são um jeito excelente de juntar uma uma pequena série de textos e/ou imagens de forma rápida e despretenciosa. podem ser produções baratinhas para distribuição gratuita ou luxuosas publicações em papel especial, assinadas e numeradas. podem reunir desenhos divertidos pra vender numa feira, uma plaquete pra vender num sarau, um programa de teatro, uma cartilha de saúde, um manual, um manifesto, uma revista com pôster no verso...
o que mais me encanta nas zines é a multiplicidade de possibilidades e a autonomia que elas possibilitam.
uma vez que as limitações impostas pelas Grandes Editoras para as Grandes Máquinas de Impressão de Grandes Tiragens são eliminadas da equação e entra a paixão da pessoa que quer publicar pelo que ela quer publicar, a única limitação mesmo passa a ser o $ e o tempo (ou seja, mais $) pra produzir a publicação - e a criatividade da pessoa que está com a mão na massa, claro. um papel em branco aceita quase tudo. e às vezes a zine nem é feita de papel: uma zine pode ser do jeito que você quiser. inclusive um maço de seda pra enrolar cigarros (sério, olha essa!)
fiz a minha primeira zine em 2014, quando entrei em contato com a dobra punk que transforma um papel A4 em um minilivro de 8 páginas + pôster. desde então, autopubliquei umas 15 zines e ajudei muitas inúmeras a nascerem, durante oficinas, mentorias ou simplesmente provocando as pessoas “essa série dá uma zine, hein?” colecioná-las é um vício delicioso que não custa caro! será que eu dou oficina de zines porque quero colecionar mais zines? acho que a resposta é sim.
ih, eu já dei oficina em diversas cidades. a primeira aconteceu em Paraty 2016, numa programação paralela à Flip. desde, então já ofereci a “autopublique-se” em diversos contextos e cidades: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e até em Portugal, em Óbidos (2x! durante o Latitudes, Festival de Literatura e Viagens, e em parceria com o mágico Atelier Artes e Letras) e em Lisboa, durante o Festival de Poesia de Lisboa 2022.
a partir das experiências internacionais, em que pessoas residentes pelo mundo saíram encantadas e com fome de mais, volta e meia alguém vem me inquirir: quando você vai dar a sua oficina pela internet?
pois bem.
passei os últimos 2 anos matutando: como transformar uma oficina que envolve essencialmente métodos manuais (muitas vezes com ajuda de impressora e scanner, mas nem isso é obrigatório) em uma atividade online? sem virar uma aula sobre software?
a resposta veio durante o curso de pós-graduação em Caminhar como Método pra Arte, que faço nA Casa Tombada. nessa pós, a gente tem atividades teóricas normais e também aulas práticas de caminhada e de atelier online, cada participante em sua casa. claro, é uma experiência diferente de um atelier presencial, por exemplo não tem material além do que cada pessoa providenciar para si (até pensei em mandar um kit-zine pra casa das pessoas inscritas, mas a Escola da Palavra sugeriu deixar isso pra próxima turma). mas foi participando das dinâmicas da pós que aprendi como é possível criar um ambiente de trabalho em que conseguimos ver o que os outros estão fazendo, comentar e compartilhar, mesmo que cada pessoa esteja a centenas de quilômetros uma da outra.
e outras possibilidades que não existem na oficina presencial são possíveis! por exemplo: tenho zines aqui em casa que nem o Rei mais Rei de todos os Reis consegue me obrigar a tirar de casa. mas que vou mostrar na oficina online! zines históricas, antigas, raras, grandes, frágeis ou preciosas demais pra levar pra aula, etc.
ah, a última vantagem: rolou de esticar a oficina para 3 encontros de 3h cada:
25/4, quinta: Introdução ao mundo das zines + aquecimento criativo (atividade surpresa! quem viver viverá)
30/4, terça: Criação de zine individual, em atelier + compartilhamento dos processos.
2/5, quinta: Criação em atelier + compartilhamento de produções + discussão sobre métodos gráficos, tiragem e distribuição.
nada mal pra quem já deu essa oficina correndo em 3h que viraram 5h, hein?
sentiu o chamado zineiro? vem!
vagas abertas até o dia 25/4
(inscreva-se antes pra acalmar minha ansiedade)
dias 25/4, 30/4 e 2/5
quinta, terça e quinta
das 19h às 22h BRT
9h no total, R$ 360 (parceláveis em até 4x!)
online, a 1ª aula fica gravada até o último dia do curso
participantes devem trazer textos de no máximo 2.000 caracteres (poemas, microcontos, ensaios, manifestos, outros textos), imagens diversas e/ou outros recursos que desejem incluir em sua publicação.
também devem providenciar os seguintes materiais: papéis em branco para colagem da zine; canetas variadas, com diferentes texturas, espessuras e cores; tesoura e/ou estilete; cola líquida e/ou em bastão… e se tiver vai ser bom: revistas para recorte; papéis coloridos; fitas adesivas coloridas; linhas e agulhas para encadernação; grampeador etc etc etc…
encaminhe a oficina para alguém que você sabe que vai curtir!
beijinhos,
Lívia
Escritora, experimentadora gráfica e performer, Lívia Aguiar começou a fazer zines em 2013. De lá pra cá, publicou mais de 15 pequenas publicações, que fazem circular poesia, colagens, fotografias e narrativas visuais. Impressas em diversas técnicas e finalizadas à mão, as zines de Lívia são produzidas com o desejo de disseminar bonitezas, despertar sensações e questionar certezas. A artista dá oficina de zines com esses mesmos objetivos. Já ajudou publicações a nascerem em BH, SP, RJ, Paraty, Lisboa, Óbidos (PT) e em breve na rede mundial de computadores e smartphones.